sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sobre a nostalgia dos outros

Não sou muito criativa. Mas adoro conviver com gente assim. Geralmente tenho sorte e principalmente no meio profissional conheci e vivi com pessoas extremamente criativas. São sempre brincalhonas, alegres, bem informadas, ligadas no mundo. Sempre tem algo novo na manga e adoram compartilhar isso com a gente.

Mas todos, especialmente os mais velhos, me passam um sentimento em comum. O de que "outros tempos foram melhores". Não que agora seja ruim, mas que antes tudo era mais engraçado, mais divertido, as piadas tinham mais sentido. E sempre dão um jeito de contar uma história - antiga - sobre algo legal que faz a gente querer viver aquele exato momento.

Acho que essas pessoas tinham um "quê" de conhecimento a mais nos tempos áureos (digamos, uns 10, 15 anos atrás). Conhecimentos que hoje todo mundo tem acesso, mas que antes as pessoas que sabiam disso davam mais valor. Parecem viver uma eterna nostalgia, que faz com que a gente pense "puxa, uma vez era assim mesmo".

Talvez, com essas modernidades de hoje em dia, a gente tenha pouco tempo pra absorver as novidades. Talvez seja isso. Tudo é muito rápido, a felicidade é efêmera e o impacto é super passageiro. Saudades de um tempo que não volta mais.

domingo, 7 de setembro de 2008

Sobre banheiros femininos

Nunca fui fã de festas. Curto bastante dançar, mas não vou muito em boates. Prefiro bares, onde se possa tomar uma cervejinha, ouvir boa música, papear com os amigos e rir bastante.

Mesmo assim, há algo em comum entre todas as casas noturnas. O banheiro. Falo mais do feminino, pois é até onde a minha linha de conhecimento alcança. Mas já reparam que é sempre a mesma coisa?

Se tu chegas cedinho, tu consegue fazer teu xixi tranqüilamente num ambiente recém limpo, com tudo no seu devido lugar: lixo no lixo, água e outros líquidos qualquer dentro do vaso. Até aí, maravilha. Passadas algumas horas, aquele mesmo ambiente vira o chiqueiro da porca do Augusto. Um horror. Parece que a coordenação motora ou a falta de educação não deixa o xixi ser direcionado pro local adequado (isso que é mulher!), o papel usado decora com muito mau gosto o chão (muitas vezes em tom vermelho vivo, por sinal, um luxo!) ou então outras cositas más que meu estômago e minha piedade com quem lê o texto não deixam citar aqui.

É complicado tu entender que no meio de tanta mulher linda, bem arrumada, donzelas-bonecas, se escondem entre elas aqueles Capitães Feios da turma da Mônica, sabe? É como se o banheiro fosse "a sala da transformação", onde elas liberam tudo que há de podre (e fazem questão de mostrar). E o pior: O que já tava feio, sempre acaba ficando pior. Epidemia? Possivelmente. Há uma incapacidade motora ou moral que ajuda a contribuir para a imundice do local. Se alguém sujou, por que não sujar mais? "Ora, um absorvente no chão! Que coisa, vou jogar o meu para fazer companhia ¬¬". Sabe aquela do "ao sair, deixe como estava quando entrou"? Não existe. Deveria ser "ao sair, seja pior que o babaca anterior".

Certas coisas do ser humano são incompreensíveis pra mim. Parece ter um custo muito alto manter algo que está bem. Exige, por exemplo, uma força sobre-humana de mira. Acertar um papel numa lixeira, apertar o dedo num botão de descarga e mijar dentro de um limite é algo que muitas pessoas não tem capacidade de aprender. E depois, dizem que somos civilizados.